29 junho 2008

Toca telefone, toca!

Meu céu está azul e meu cigarro ainda queima no cinzeiro. Esta aceso, mas não o fumo. Estou tremendo, ainda não recebi notícias suas. Não sei ao certo se tremo por saudades, ou por vício.
Jurei parar, mas a ansiedade é extrema, nem mesmo meu chiclete de nicotina me sacia. Toca telefone, toca! Será que esta quebrado? Não, não está. Já retirei do gancho, sim está com linha.
O cigarro apagou. Vou queimar um incenso, mesmo não acreditando em seu poder de atração.
O incenso queimou e eu cochilei sem ligação alguma. Foi tão pouco, mas me recompus. As horas passaram e quando dei por mim, os cantos dos meus dedos já sangravam, pois já não mais havia unha para roer. E nada.
Meu céu está azul e estou sem fome para um desjejum, o maço me encara enquanto o destilado me chama. Estou sem droga alguma. Estou sem você. Não sei porque terminamos, mas no momento imploro: “toca telefone, toca!”.

25 junho 2008

Apaixonando-se

Será mais fácil / Tudo escuro / O que você gosta? / É tão inocente / Qual sua frustração? / Como ela te alimenta? / Como acabar com ela? / Ela te derruba, te machuca e confunde / Sua doença, seu mal e seu ser / Te rouba e leva o tempo / Destrói seu reino / Te fecha para uma própria superproteção / Como seria mais fácil? / Talvez se perdesse a sanidade / Mas momentaneamente sem escolha / Sem costume do desejo próprio / Tudo sua culpa / Por sua ira / Momentânea / Com sua insanidade eu te amo / Até sua falta de paciência / Nem ouvido sou / Sou racional / Agora estou estranho / Sem saber o que fazer / Como preencher minha razão / Sem saber como entender sua loucura / Seu choro / Seu excesso de miséria / Seu egoísmo / Sua diferença e postura / Sua falta de audição / Seus finais de pensamentos / Resquícios de um estrangulamento / Mera ilusão de uma princesa com lágrimas reprimidas / Em fotos enigmáticas e absurdas / Dada por uma relação simples e complexa / Datada na vaga lembrança do inconsciente / Uma loucura depressiva que me afirma e aproxima de você / Um círculo vicioso dosado e perdido / Que me deixa louco e confuso / Serei sua mente brevemente / Perderei minha razão e será por você / Serei louco por alguém que não vale nada / Qual a razão disto então?
Acho que me apaixonei / Acho que enlouqueci.

20 junho 2008

Seguindo a vida

Sentado e na espera da esperança, fico pensando nos erros e acertos que vivi. Não sei ao certo o que foi acerto, nem mesmo o que foi erro, mas ainda assim sei que mais errei do que acertei. Não posso culpar o mundo pelo que sinto agora, mas o agora ainda é tempo, e posso mudar meu fim. Portanto, juntarei meus problemas numa trouxa de retalhos pendurada na ponta de um cabo de vassoura se este aguentar o peso. Assim, seguirei meu caminho, o do desconhecido. Dentro do saco, levo minha roupa suja, meus pensamentos de devassidão e desavastação, um pedaço de pizza, uma garrafa de whiskey barata, papéis, uma foto sua e uma caneta vermelha. No meu bolso direito apenas um mapa ainda indefinido, no esquerdo um maço de cigarros já aberto e quase no fim. Rumarei sem rumo, é o que espero encontrar passo a passo. Estranhos em meu caminho quero encontrar e com certeza desviarei de alguns. Vou fingir que sou capaz de usar o "del" em meu cérebro em algumas situações. E para não exceder o uso desta opção, serei cauteloso, ou seja, terie de esperar um pouco mais o tempo passar.

17 junho 2008

Aceitar Do Germinar

Ao acordar, já escondo o rosto com minha máscara,
Aquela que finge ante a sociedade, o quanto eu ainda à amo.
É o que me resta.
Sentimentos antigos e vivos, num presente morto
Desnorteio perante sua presença
Um “feedback” doentio e sem objetivos
Assim me encontro, nú.
Por que você complicou as coisas? Estava tão perfeito
Mas nada é perfeito, nem mesmo a perfeição
Reiniciar ainda é tempo, porém não mais viável à mim.
Seria, somente para um louco
Por que de início, não pedi muito.
Ainda não percebeu que só mentiu para si?
Chegamos ao ápice, pois aqui jaz meu coração
Abaixo de sete palmos de terra,
E eu pisoteando sua cobertura verde.
Uma grama macia, de um verde vivo alimentada, talvez, por seus restos em decomposição, juntamente com seus vermes e gases fermentados.
Acrescentando lágrimas derramadas, pelos que aqui, ainda nos assombram,
Cria-se um excelente ambiente para um início de germinação,
A prova que ainda continuamos nossos caminhos,
Mas, que juntamente com esta prova, me faz ver que não aceitei sua morte ainda.

10 junho 2008

O Lenço

Não mais limparei meus olhos por amor.
“Farei” intensamente e trarei meu lenço em meu bolso
Para que seja eu quem enxugue seus olhos
Não falarei o obvio aquilo que não queres ver
Deixo meu coração fechado
Pronto pra você abri-lo
Pronto pra recebe-la
Use-o. ame-o. ele é seu!
Só seu!
Tudo o que eu peço será o seu coração também
Não trago o lenço para mim.
Já sofri. O carrego como marca do que já passei.
Chorei sangue. Fui pisoteado, destroçado!
Cai!
Levantei!
Sou orgulhoso. Sou superior.
Olho de cima e rio de suas lágrimas.
Lágrimas de crocodilo, a falsidade reina.
O que foi?
Estás a chorar?
Eis aqui meu lenço, mas não ligue, ele já está sujo!
Com a sujeira que você deixou em mim!

06 junho 2008

Peso dos Atos

Nossas conexões foram arqueadas, e você permanece céptica.
A dúvida do não amar, é maior do que a própria crença do senti-lo,
As pequenas diferenças. Das digestivas às intragáveis.
Agüentar seu estereotipo de lamúrias intermináveis,
Um velório sem fim.
O ar de estranheza permanente ao seu redor,
Mesmo após banha-la com os mais caros e aromáticos perfumes,
O ar ainda pesa, e nada cai no esquecimento de sua mente.
Do jantar no ano passado, onde me foi servido “traição” como canapés.
Tudo o que foi feito, tudo o que foi-se discutido e nada resolvido,
Mantido.
Somente porque as conseqüências dos atos não voltarão a você.
E com certeza é mais fácil manter esta inconstância do que restabelecer a relação.
Ganhar novamente o que chamamos de “confiança”.
Talvez seja uma palavra sem nexo, e nem deveria existir.
Mas sua existência é compensada, com nossa habilidade de falsificar sentimentos, por nossa máquina cardíaca e cerebral.
Esqueça seu “id”, e até seu “ego”
Pois nada lhe trará o perdão
Nem suas lágrimas,
Nem mesmo sua morte.

04 junho 2008

Bons Tempos

Seria uma hipérbole dizer que um chute no saco dói tanto quanto o parto natural. Porém nenhum dos citados chegam aos pés do que a (dor da) festa da felicidade, e dos sininhos que tilintam quando você conhece alguém.
O desejo de posse e do estar perto, do controle irracional de seus sentimentos.
Daquele monstro do odiar a sí mesmo por ter que gostar de alguém que você realmente gosta.
Uma auto flagelação que se repete num círculo vicioso dia pós dia.
Todo seu desejo e pensamento voltando-se a você mesmo. Sem nenhuma forma de descarga.
Você foi tudo, e eu o nada.
Numa balança.
Como era simples sem você.